quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

NATAL 2014

O TEMPO DO NATAL 



NASCEU-NOS UM SALVADOR,

JESUS






«E Jesus vem, não como um capitão, um general do exército, um governante poderoso, não, não; vem como um rebento», «humilde» e «manso» para «os humildes, para os mansos», trazendo a salvação «aos doentes, aos pobres, aos oprimidos».
«A grandeza do mistério de Deus» conhece-se unicamente na identidade de Jesus, que é a do «abaixamento, da aniquilação, da humilhação».
                    Papa Francisco (excerto da Homilia na Missa de 2/12/2014)








MENINO DO NATAL


Pintura de Rafael (1483-1520)
Menino do Natal ‒
Deus feito bater de coração,
Ternura em busca de um bafo de animal
Na neve da nossa tradição.

Menino do Natal ‒
Vindo de tão longe, vindo do Além,
Deus sem pompa, até sem enxoval,
Amor que se abandona num amor de mãe.

Menino do Natal ‒
Bem indefeso, esplendor da inocência,
Que vem propor aos seguidores do Mal
Que se deixem amar sem resistência.


21 de Dezembro de 2014

                                    Fernando Henrique de Passos




DA IMACULADA CONCEIÇÃO


( convoco, para a Madre, o Arcano e Arcaico da Estética Estrela )

de todo o coração, ao António de Macedo

I

Prà fome e sede da Via,
Prà Lusitânia, de Luz,
Existe um nome: Maria,
E o «Jovis Pater»: Jesus.

Prà sede e fome amorosa,
Que é festa e fogo, na Fé,
Existe a Rota, que é Rosa,
E o Valentin André.

II

Vede a mente e a mensagem,
O pentáculo, flamante,
Pentagrama, na viagem,
E Mercúrio, já diante.

No templar eu vejo o Canto,
Muita Luz, em toda a chuva:
É o Espírito e o Santo,
São os Filhos da Viúva.

Pois na verve e na divina, 
Na Comédia, que é fiel,
Vede a Cruz, e a matina:
São as Rosas d' Isabel.

Queluz, 03/ 12 / 2014

MISERANDO ATQUE ELIGENDO


                                           PAULO JORGE BRITO E ABREU







DIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO



«Faz com que em nós, teus filhos, a graça prevaleça sobre o orgulho e possamos tornar-nos misericordiosos, como é misericordioso o nosso Pai celeste. Neste tempo que nos conduz à festa do Natal de Jesus, ensina-nos a andar contracorrente: a despojarmo-nos, a abraçarmo-nos, darmo-nos, a escutar, a fazer silêncio, a descentrarmo-nos de nós mesmos, para deixar espaço à beleza de Deus, fonte da verdadeira alegria. Ó Maria nossa Imaculada, ora por nós!»

           Oração do Papa Francisco (diante da imagem da Imaculada Conceição na Praça de Espanha em Roma, no dia 8 de Dezembro de 2014)






O NATAL E A ÁRVORE DA VIDA




Era adolescente, quando me emprestaram um livro que contava a história da árvore de Natal. Existirão muitas versões, pois trata-se de tema avançado no imaginário popular. A que li referia-se simplesmente à iniciativa de uma família que em busca de algum ornamento para a sala de visitas saiu, neve afora, comovendo-se especialmente de um pinheirinho sobrevivente do rigoroso inverno e ainda mais lindo depois de acomodado no aconchego doméstico e acercado pelas embalagens coloridas dos presentes a serem trocados na noite do nascimento do menino Jesus.

Tão radiante ficou o arvoredo, que os vizinhos imitaram o gesto e, no Natal seguinte, já eram muitas as famílias que iniciaram a tradição, hoje, desgarrada de sua simplicidade original e transformada no luxo e na grandiosidade vistos todo ano nos shoppings do mundo inteiro, ostentação por vezes objeto de concursos promovidos por associações para distinguir as melhores decorações do comércio no contexto das “Boas Festas" e do Ano Novo.

Existiriam, no entanto, razões afetivas profundas para esse gosto que veio a constituir prática quase indispensável: nos lares, nos templos, nas instituições, no comércio e onde quer que se queira marcar uma ambientação natalina, rivalizando apenas com os não menos populares presépios. Ou seja, algo não entra para o imaginário coletivo e para duas de suas fortes marcas – diferença e repetição –, se não reunir elementos enraizadores cuja explicação recorre a fundamentos da Psicologia Social.

E foi justamente nas lides com a literatura acadêmica que vim a estabelecer uma correlação entre a força primordial da “árvore da vida”, uma das mais antigas manifestações arquetípicas da produção humana de símbolos, e este patrimônio imagético e fantástico que é a ‘nossa’ tão estimada árvore de Natal. Da tradição ainda mais antiga, originária, ao que tudo indica, da cultura indo-europeia, a principal característica – que deslizou para a heráldica e seus brasonários –, é a concorrência de elementos laterais para a homenagem de um terceiro, este, ao centro e ao alto. Exemplo típico, dois pombinhos, face a face, cujos bicos se tocam e cujos contornos formam um coração. A própria estrutura do caduceu comporta toda uma variedade de enlaces que adornam um cetro. Vejamos, no entanto, se o mesmo não acontece com a ‘nossa’ arvorezinha.

Ainda que se assemelhe a um triângulo, com a base para baixo, os dois lados da árvore de Natal convergem para o alto e, comumente, para uma estrela ao centro, homóloga à estrela dos Reis Magos. Triângulo, estrela, esferas e luzes combinam-se em tesouro ornamental, que tanto marca em diferença (em contraste com todas as outras árvores, ela é uma árvore sagrada) e em repetição: a eterna novidade, ao mesmo tempo antiga e renovada, simbolizando a vida, que também se renova, em gerações, significado e esperanças.


Luiz Martins da Silva*


* Luiz Martins da Silva, 64 anos, é poeta, jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, Brasil (UnB).







O CHORO DO MENINO JESUS



Apenas com oito dias,
lá estava Jesus, nos braços de sua Mãe.
Ao entrar no Templo, olhou, curioso, em redor.
Que pedras altas, altas...
Que pareciam elas, assim? Apenas, que estavam ali? 
Ou escondiam alguma coisa?
E o Menino Jesus intrigado, pareceu-lhe ouvir dizer:
Há pouco tempo aqui esteve, como tu, outro menino.
Outro menino?! Outro menino igual a mim?
Não bem igual, é verdade, responderam...
O seu nome, digam-me, que pode ser que eu conheça!
João, João foi o que ouvimos...
Ah, gritou Jesus, já sei quem é.
Nasceu para preparar os meus caminhos,
esses caminhos com que quero romper os difíceis desertos...
E o que são esses desertos, que desconhecemos,
perguntaram as pedras. 
São espaços cheios de gente que não o seguiu...
Ah, disseram as pedras, em uníssono,
mas a vós, Menino, a vós seguiram!
O  Menino começou a chorar.
Porque choras, Menino, perguntaram, aflitas.
É que a mim também não...


16 de Dezembro de 2014

Teresa Ferrer Passos









MATERNIDADE-NATAL



(convoco, para a Musa minha, o Arcano, o Arcaico do Sol)

de todo o coração, ao meu Irmão Luís André

I

Era chave, e Shambhala,
Era a flama, e o flogisto,
Ave e Eva, saravá,
E o coração de Cristo.

Pois do Homem filho e Frei,
Tu imanas Madalena,
Paulo Apóstolo e a Lei,
E a Torah, Sophia amena.

Velo d'Ouro, em parabém,
És o Canto e a Saudade,
Dás-me o Belo e dás Belém,
Dás-me a santa Liberdade.

II

Que és o carme e a Camena,
És o Tau e és actriz,
Nazarita, Nazarena,
Integral Imperatriz.

Pois ao longe, a Lisa lia
Salva, salsa e a camélia,
E olhei: era Maria,
Minha Mãe Maria Amélia...........

EPÍLOGO

São belos sobre as colinas os pés do Deus Menino; em Natal, acordo-acorde, Ele anuncia a Boa Nova. Não já espada, sim a foice. Não já lança, mas arado: Paz na terra, pão na boca, são meladas e ternas as armas da Paz...........


Queluz, 19/ 12/ 2014

MISERANDO ATQUE ELIGENDO


Paulo Jorge Brito e Abreu






A TERNURA DE DEUS



«O "sinal" é a humildade de Deus levada ao extremo; é o amor com que Ele, naquela noite, assumiu a nossa fragilidade, o nosso sofrimento, as nossas angústias, os nossos desejos e as nossas limitações. A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, mais não era que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa pequenez.»


Papa Francisco
(excerto da Homilia da Missa da Noite de Natal)

Após a belíssima Homilia do Papa Francisco, ouviu-se um excerto da Missa Solene em Dó Menor de Mozart (composta entre 1781 e 1782, em Viena, resultou de uma promessa pela cura da futura esposa Constanze. O trecho "Et incarnatus est" remete para o Prólogo do Evangelho segundo S. João: «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós».


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