domingo, 23 de novembro de 2014

O mar e a poça


A casa velha, parada,
Desolada, milenar,
Tem aranhas na entrada
Onde ninguém quer entrar.

Tem uma poça cá fora
Onde se pode brincar.
Ninguém sabe quem lá mora
Nem ninguém lá quer morar.

Todos brincamos na poça,
Mesmo suja e lamacenta,
E fazemos até troça
De quem disso se lamenta.

Houve em tempos quem dissesse
Que a casa levava ao mar
A quem quer que se atrevesse
A abrir a porta e entrar.

Mas é tão triste a fachada
Da casa que leva ao mar,
Que a poça mais desgraçada
Lhe usurpa o justo lugar…

22/11/2014

Fernando Henrique de Passos

(também em Outras Direcções, neste blogue)

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